
Como o sistema de pagamentos brasileiro se desenvolveu e como funciona o Pix e o Drex? | André Sousa | #101
calendar_month 22/10/2025
O sistema financeiro brasileiro é reconhecido mundialmente pela capacidade de inovar.
Do surgimento do SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro) em 2002 à criação do Pix em 2020, o país consolidou uma infraestrutura robusta, eficiente e conectada.
Agora, com o Drex, o Banco Central dá início a uma nova fase: a digitalização completa do real.
No novo episódio do CortesTalkenização, André Sousa, da Sinqia e Evertec, analisou essa trajetória e destacou como cada etapa dessa construção foi essencial para a evolução dos meios de pagamento no Brasil.
A base de tudo: SPB e STR
A revolução começou há mais de duas décadas.
Com a implementação do STR (Sistema de Transferência de Reservas) e do SPB, o Banco Central criou as bases para um sistema de pagamentos moderno e seguro.
Essas iniciativas permitiram a criação das contas de reserva bancária, que garantiram liquidação eficiente entre instituições financeiras e padronizaram o fluxo de capital no país.
Esses dois sistemas permitiram que os bancos tivessem suas próprias reservas dentro de uma estrutura centralizada, dando origem a um modelo que seria, no futuro, fundamental para a implementação de novos mecanismos de transferência de valor, como o TED, os boletos eletrônicos e, mais tarde, o Pix.
Do TED ao Pix: um salto tecnológico
Entre 2002 e 2020, o país viveu um processo de consolidação do arcabouço de pagamentos digitais.
O TED foi o primeiro grande salto, reduzindo o tempo de transferência de dias para minutos.
Em seguida, o Banco Central ampliou o escopo com o Pix, lançado em 2020.
O que tornou o Pix tão revolucionário foi o fato de operar dentro da mesma lógica de liquidação do SPB, mas com uma camada de instantaneidade.
Ele utiliza mensagens XML compactas, que trafegam por redes seguras (RSFN) do Banco Central, permitindo a transferência de valores em segundos — 24 horas por dia, todos os dias do ano.
Com isso, operações antes restritas a horários bancários se tornaram instantâneas e gratuitas para o público.
O resultado foi o crescimento exponencial: o Pix não apenas substituiu boa parte das transações de débito e TED, como redefiniu a forma como os brasileiros movimentam dinheiro.
A estrutura por trás da inovação
O segredo do sucesso do sistema financeiro brasileiro está na infraestrutura sólida criada desde o SPB.
No episódio, André explica que cada instituição possui reservas próprias dentro do sistema, e é essa lógica que permite a interoperabilidade entre bancos e fintechs.
Com o SPI (Sistema de Pagamentos Instantâneos), criado junto ao Pix, o Banco Central estabeleceu uma nova camada de contas que funcionam em tempo real.
Assim, as instituições passaram a gerenciar saldos entre SPB e SPI, otimizando a liquidez e reduzindo a dependência de intermediários.
Segundo André, essa estrutura cria a base ideal para o Drex, que funcionará como uma nova conta digital vinculada à reserva bancária das instituições — o que permitirá a integração direta entre o sistema financeiro tradicional e os ativos digitais tokenizados.
O Drex: o próximo passo
O Drex, nome oficial do real digital, é mais do que uma moeda virtual.
Trata-se de uma nova camada do sistema financeiro, que permitirá liquidações tokenizadas entre empresas, bancos e cidadãos, com segurança e rastreabilidade total.
Com ele, o Banco Central quer reduzir custos operacionais, aumentar a velocidade das operações e permitir o surgimento de novos modelos de negócios baseados em blockchain e smart contracts.
Na prática, o Drex deve se conectar às estruturas do SPB e do SPI, criando um ecossistema unificado que permitirá que o dinheiro digital circule com a mesma segurança das transações bancárias, mas com as vantagens da tokenização: automatização, transparência e eficiência.
O Brasil como referência global
O sucesso do Pix e o avanço do Drex colocam o Brasil em destaque no cenário global.
Enquanto outros países ainda discutem a viabilidade de moedas digitais, o país já construiu uma infraestrutura capaz de integrar finanças tradicionais e digitais.
Segundo André, o diferencial brasileiro é a integração entre inovação e regulação.
O Banco Central atua como protagonista tecnológico, o que garante estabilidade e confiança — elementos essenciais para que o Drex possa alcançar escala e impacto real na economia.
O futuro do dinheiro é programável
A evolução do SPB ao Drex mostra que o sistema financeiro brasileiro não apenas acompanhou a transformação digital, como definiu o padrão para o futuro.
Com a chegada do Drex, o dinheiro se torna programável, abrindo espaço para operações automatizadas, smart contracts e novos modelos de crédito e investimento.
Mais do que uma inovação tecnológica, o Drex representa uma mudança estrutural na forma como o capital circula — uma ponte definitiva entre o real e o digital.
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